Portugal, 26 de Março de 2012
Tal como havia vaticinado aqui no texto “primeiros na primeira volta” publicado em finais de Janeiro , a tarefa “que se avizinha é pois dura e difícil. Será necessário continuar como até aqui, pondo o resultado à frente da exibição, porque o que conta são os 3 pontos (embora para certos benfiquistas de “barriga cheia”, por vezes isso não chegue). Acreditar nos profissionais que já obtiveram tantas e tão boas marcas, como estas e todas as que foram obtidas nas últimas 2 épocas e meia. Cerrar fileiras em torno da equipa, encher o estádio, apoiar os nossos e assobiar os adversários. O Benfica vai precisar desse Inferno da Luz para reconquistar um título que merece e que já podia estar mais bem encaminhado se o FCP tivesse obtido os resultados condizentes com o seu futebol e não com as decisões dos árbitros: Guimarães, Gil Vicente e Feirense entre outros”.
Há uma espécie de lei do futebol, básica eu diria, que é: “uma equipa pode lutar contra as adversidades e ganhar, mas não consegue ganhar sempre quando as adversidades se mantém ou aumentam de intensidade”. Nós no Benfica andamos há quase 20 anos a debater tácticas de jogo, métodos de treino, qualidade do plantel e até estratégias directivas, mas não percebemos os outros factores, alguns que se jogam fora das 4 linhas, e são tão ou mais importantes para decidir os jogos e como tal, os títulos de campeões. Tenho para mim que há 2 factores determinantes: a comunicação social e sua capacidade de fazer opiniões entre os adeptos, e a arbitragem e a sua capacidade de fazer resultados dentro do campo.
Hoje vou pegar na estratégia que o FCP montou, com o beneplácito da comunicação social, acerca dos bloqueios. O treinador e responsáveis do FCP (de acordo com o jornal o JOGO) terão alertado o árbitro Soares Dias para esta forma de proceder dos jogadores do Benfica quer no ataque quer na defesa, minutos antes do jogo da Taça da Liga que vencemos com justiça por 3-2. Por curiosidade refiro que acabamos com 11 e não sofremos golos em fora de jogo. E ganhamos. Coincidências ...
Ora esta questão dos bloqueios colocada em grande destaque pela comunicação social, naquilo que interpreto como prova de servilismo ao poder do FCP através do Sr. Joaquim Oliveira no mundo da comunicação social, foi amplamente desmentida nesse jogo. De facto não se viu um único bloqueio de jogadores do Benfica, considerando “bloqueio” algo parecido com o que fazem os jogadores de basquetebol e que podemos considerar como obstrução passiva, mas vimos os jogadores do FCP praticarem vários tipos de bloqueio activo, alguns não penalizados pelo árbitro, como sejam os de Sapunaru (não punido no lance que nos deu o 2º golo), ou os de Mangala sobre Nelson Oliveira (que lhe originou um cartão amarelo à 3ª falta por agarrão).
Se isto bastava para desmontar a tese do treinador e responsáveis do FCP, o que fez a comunicação social? Zero! Deu ênfase à reacção mais do que justa, do treinador Jesus. Ou seja, a comunicação social não teve opinião, deixando falar os envolvidos nesta polémica criada para condicionar os poucos árbitros que ainda não estão condicionados. Não ter opinião é uma táctica passiva para agradar a todos, mas que serve fundamentalmente quem teve a acção de criar o caso!
E eles podiam ter tido opinião. Bastava lembrar que Jesus treina o Benfica há quase 3 épocas e nunca antes alguém tinha falado de tal estratégia! Mas isto seria uma táctica activa que afrontaria quem levantou a questão...
O que é certo é que a teoria do bloqueio passou e em Olhão tivemos o árbitro que expulsou o Cardozo no jogo com o SCP, a verificar a inexistência de bloqueios enquanto em Paços de Ferreira tivemos outro que não teve igual cuidado (porque a acusação apontou o Benfica) e assim não viu o bloqueio activo que Spaunaru fez com o cotovelo no pescoço do adversário dentro da grande área, ficando mais 1 penalty por assinalar contra o FCP (ter a melhor defesa do campeonato assim é mais fácil).
Claro que atrás dos bloqueios vêm sempre outras coisas: o árbitro de Olhão que expulsou Cardozo e agora Aimar, ficou ele próprio bloqueado quando na 1ª parte o Toy teve entrada dura sobre Javi, nem falta assinalando. Os árbitros assistentes do Paços - FCP ficaram bloqueados, talvez de terror, e com 0-0 apitaram 2 foras de jogo ao ataque do Paços esquecendo que o critério da FIFA ainda está em vigor. E que os jogadores estavam em posição legal ...
No final do jogo de Olhão enquanto Maxi deu voz à sua (nossa) revolta dizendo que “com o Benfica é sempre a mesma coisa” e “assim à vezes nem dá vontade de jogar”.
É só bloqueios ...
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