Portugal, 21
de Setembro de 2012
Concluída a 1ª
jornada da Champions League (e também da Liga Europa), arrancamos um empate a
zero em Glasgow, o que na minha opinião significou uma entrada de pé direito na prova, uma vez que tínhamos perdido todos
os jogos lá disputados, quer para a antiga Taça dos Campeões Europeus (com
Eusébio e Artur Jorge) e já no actual figurino da Champions League.
Ao contrário do
que é habitual, a exibição do Benfica
teve 1ªs páginas simpáticas em todos os jornais desportivos, embora nas
interiores os analistas se dividissem entre os que acharam o empate positivo e
os que acharam que o Benfica devia ter arriscado mais, pelo que consideraram
que o empate soube a pouco. Nos blogues benfiquistas, infelizmente também houve
uma percentagem significativa de opiniões que foram atrás do “soube a pouco”.
Penso que o empate
é positivo não só por termos quebrada uma malapata histórica (que FCP e SCP
ainda não quebraram) mas também porque tiramos 2 pontos a um adversário
directo. Dir-me-ão: mas o Benfica também
perdeu 2 pontos, correcto? Sim, mas.... Sim, perdemos 2 pontos mas se
vencermos o Celtic em casa, recuperamos a vantagem. Aplicando o mesmo raciocínio ao Spartak, teremos forte probabilidade de
voltar a passar aos oitavos de final, independentemente dos resultados que
os 3 outsiders Benfica, Celtic e Spartak, fizerem com o super favorito
Barcelona, porque não acredito que o Barcelona perca 2 jogos com um só dos seus
adversários (tal situação só já pode acontecer com Benfica e Celtic).
Ou seja, mais vale
1 ponto na mão do que 3 a
voar para o adversário, teorema do futebol que infelizmente muita gente com
responsabilidades continua a ignorar. Uns por má formação desportiva, outros por soberba intelectual, outros por
autismo futebolístico, o que é certo é que vemos demasiadas opiniões
defendendo que “com uma equipa mais ofensiva, este adversário podia ser
derrotado”. Ora perdemos 1-0 na última vez que lá jogamos em 2007/08, e o que
escrevia o insuspeito jornal a BOLA, no seu online? “O Benfica começou melhor a partida, a criar várias ocasiões para
marcar. O Celtica equilibrou o jogo e acaba por marcar em cima do intervalo. O
Benfica não merecia estar a perder”.
Também podia dar o
exemplo da equipa que empatou com o “acessível” (segundo os do costume)
Espanyol 0-0, quartos de final da Liga Europa em 2006/2007, onde atacamos com Nuno Gomes e Miccoli... Adiantou o quê? Muito ataque, muito
remate, tudo em circunstâncias difíceis, sempre com muita gente na área
adversária, e no final os “media” falaram de 1 penalty não assinalado contra
nós, por falta de Léo, que poderia ter resultado em derrota ...
Quanto à avaliação
da qualidade do adversário, é frequente
confundir-se o valor real deste com o valor que lhe é atribuído. Por vezes
vai uma enorme distância. Lembro por exemplo, o FC Copenhaguen que defrontamos
nessa época 2007/2008. No 1º jogo da fase de grupos empatamos lá 0-0. Os do
costume, ou seja, os que agora lamentam a pouca audácia do treinador e da
equipa, também disseram que o Benfica tinha perdido 2 pontos com a “pior equipa
do grupo”. Depois quando o FC Copenhaguen venceu o Celtic e o Manchester, ambos
por 1-0, não voltei a ouvir esses entendidos. E o Benfica acabou por se apurar para a Liga Europa graças ao tal
empate com a “pior equipa” do grupo ...
Por ultimo se mais exemplos fossem precisos, ontem ficamos a saber que os empates 0-0
podem ser muito diferentes. É diferente empatar em casa de uns verdes, onde
nunca tínhamos pontuado, do que os verdes empatarem em casa com uma equipa a
quem tinham ganho sempre. É ou não?
Mudando de tema, onde
continuamos com entradas de pé esquerdo é nas contas do clube/SAD. Mais um
ano de prejuízo apesar de se ter batido o recorde de receitas! E porquê tudo
isto? Porque os 20 milhões que tivemos de pagar de juros aos Bancos inverteram
os lucros para prejuízos.
Os adeptos do “fala-barato” presidente do Benfica,
continuam a não perceber que uma coisa é
o Benfica e seus interesses. Outra bem distinta é o Sr.º Vieira e a admiração
que podem sentir pela sua liderança. Tal como os empates 0-0 que atrás
referi, estas são duas coisas bem distintas, embora não pareçam. O Sr.º Vieira lidera um
projecto de clube/SAD que tem como primeiro
vector estratégico, por os benfiquistas a pagar aos Bancos e os prejuízos dos ruinosos
contratos de direitos televisivos, negociados em 2003 por 8 milhões anuais para
12 épocas, quando Vale e Azevedo tinha facturado 6,125 milhões em 2000, ou
seja, 3 anos antes. Está no prospecto da SAD, Maio de 2001!
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