Portugal, 7
de Novembro de 2013
“São tantas as dificuldades que a equipa do
Benfica tem de ultrapassar, muitas mais do que o SCP por exemplo, que poderemos bem dizer que subir ao Olimpo é
capaz de ser mais fácil, do que subir ao 1º lugar do nosso campeonato.”
Recupero este
parágrafo do último texto que aqui publiquei (com título “Subir ao Olimpo...”) para
explicar o que quis dizer. A exibição do Benfica na Grécia confirmou esta minha
previsão: subimos ao Olimpo à Benfica, ou seja, dominamos o adversário com a
qualidade e competência de uma equipa com um modelo de jogo de avançado único,
e ao contrário do campeonato português, fizemo-lo de forma inequívoca. O
problema foi que perdemos.... mas isso é outra história.
Ao contrário
de muitos adeptos que desde a 1ª jornada acrescentam criticas e mais criticas,
como se a equipa tivesse de piorar todas as semanas fruto das grandes razões
que eles se esfalfam em repetir até à exaustão (o treinador, a pastilha
elástica, o projecto, o Vieira, a falta de confiança, etc.), eu penso o futebol
de forma diferente. Após cada jogo,
começa-se outro completamente diferente. Se a equipa tiver qualidade e
competência, irá perceber o que fez de menos positivo, irá corrigir, e irá
fazer melhor. Portanto, o jogo da Luz com os gregos não teria nada a ver com o
jogo de lá. E a nossa exibição provou, uma vez mais, que esta é a forma
acertada de ver o futebol e em particular, a nossa equipa.
O Olimpo esteve ali tão perto, mas
infelizmente tinha um bom “guarda” à “porta”: um bom guarda-redes entenda-se, que para mim foi o melhor
guarda-redes que passou no Benfica depois de Preud’homme. Um jogador que por
acaso fomos forçados a esbanjar no final da 1ª época. Não houve lugar a novas oportunidades. A Direcção da demagogia,
apoiando-se nas criticas dos analistas decidiu “empandeirar” Roberto na 1ª
oportunidade. O negócio com o Artur Moraes estava feito, com base nas mesmas
premissas dessa comunicação social: era um guarda-redes seguríssimo,
carismático, fazia defesas enormes, ajudou a levar o Braga à final da Liga
Europa... E vinha a “custo zero”. Essa mesma comunicação social que hoje releva todo e qualquer erro de
Artur...
O “esquema” da comunicação social está bem
montado há anos e resulta. Vejamos este exemplo que dei no texto “Em
defesa de Roberto I” publicado em Julho de 2011: “em 18 de Janeiro de
2004, o Benfica recebeu e venceu o Boavista por 3-2. Na Rádio Renascença, o relato
foi conduzido por João Fonseca, com comentários de João Rosado e Pedro Sousa,
este em estúdio. No 1º golo do Boavista disse João Rosado “concordo com o
João Fonseca de que o Moreira tem alguma responsabilidade no golo”.
Acrescenta o Pedro Sousa: “realmente Moreira não está isento de culpas””.
Se foi por
este motivo que Vieira “aproveitou” para ir contratar o Yannick ao Alverca, na
semana anterior à final da Taça de Portugal ganha ao FCP, em Maio de 2004, não
sei. O que sei é que a “fórmula” é a
mesma e há sempre uns otários que caem. Alguns têm blogues até, como na
altura tinham fóruns, etc.
Como caiu
Roberto? Simples. 1º jogo na Suíça, defesa remendada devido ao Mundial de 2010,
jogadores vendidos (Di Maria e Ramires), sol em contra e Roberto tem uma má
saída quando a defesa do Benfica estava no meio campo adversário (!) Qual foi o
erro? A defesa mal posicionada ou o Roberto?
Adivinharam: o Roberto. Vejamos:
Frango à espanhola, título principal da 1ª página de RECORD, 11 de Julho
Roberto "oferece" vitória ao Sion – páginas interiores de RECORD, 11 de Julho 2010
O Benfica perdeu este domingo com a formação suíça do Sion por 1-2, e
em ambos os golos sofridos as culpas
recaem em Roberto. O guardião encarnado falhou duas saídas e os jogadores da
equipa helvética aproveitaram o "presente"
– idem.
Basta
compararmos as capas deste mesmo RECORD e BOLA, com o “presente” de Rui Patrício
no jogo Portugal – Israel, para percebermos que há guarda-redes e guarda-redes.
Se trocarmos os clubes, apostaria que
Roberto ainda hoje seria guarda-redes do SCP e que Patrício há muito que tinha
sido despachado do Benfica...
Entretanto o Benfica continua a sofrer golos por ter a
defesa mal posicionada, mas felizmente já não temos o Roberto para explicar...
Uma das críticas
mais contundentes feitas na sequência desta derrota na Grécia foi: (Roberto) “vingou-se do jogo na Luz, quando falhou no lance que deu o empate ao
Benfica, mas vingou-se, sobretudo, de
toda uma temporada de críticas por parte dos adeptos benfiquistas” –
Nuno Peralta, BOLA online 05-11
Ora este Peralta foi exactamente o mesmo que escreveu em
13 de Julho de 2010 (2 dias depois do jogo com o Sion!) “E ao terceiro
jogo, inesperadamente, a maior preocupação no Benfica é saber como vai reagir
Roberto a uma exibição comprometedora. Contra o Aris, Jorge Jesus deve dar ao
guarda-redes espanhol uma oportunidade para limpar a imagem. Roberto terá
sempre sobre si o cutelo dos 8,5 milhões que custou a sua transferência.
Jesus procurou aliviar a pressão, afirmando que jogam os melhores e que sabe
quem eles são. Mas a verdade é que nasceu
a dúvida sobre o real valor de Roberto”.
Daqui podemos
tirar outra conclusão: os jornalistas ou
são parvos, ou sofrem de amnésia ou pior, são mal intencionados. Não lhes
fica bem terem criado o problema “Roberto”, terem escrito sobre as aptidões de
Roberto sempre pelos piores motivos, terem destacado em 1ªs páginas um erro ou
outro de Roberto mas nunca as suas defesas impossíveis, e no final, perante uma
exibição que pode custar muitos milhões na presente época ao Benfica, virem
atirar com esse odioso para os adeptos do Benfica. É um truque muito baixo...
Termino recordando
que na época 2010/2011, o melhor guarda-redes foi Helton com a inalcançável
média de 0.36 golos sofridos por jogo, a
seguir veio o “frangueiro” Roberto com 0.92, o “experiente” Artur Moraes
com 0.94, o “seguríssimo” Patrício com 1.03 e o “talentoso Beto (titular em 6
jogos do FCP) com 1.17.
Há gajos que
acreditam em tudo que lhe metem à frente e
acham que não temos sorte nenhuma com os guarda-redes (e com os defesas
esquerdos).
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