terça-feira, 12 de novembro de 2013

To be or not to be, to talk or not to talk...



Portugal, 12 de Novembro de 2013

No sábado à noite logo após a épica vitoria sobre o SCP, comentei com um amigo benfiquista com quem partilho muitos momentos de benfiquismo (bons e maus), que “foi um bom jogo, com muitos golos e muita emoção, mas amanhã o que vamos ver e ler nos jornais será bem diferente”.
Também foi nesse sentido que ao falar na sexta-feira, com um cliente adepto do SCP, quando ele desejou que “fosse um bom jogo, que ganhe o melhor e que não haja casos de arbitragem”, eu respondi que também esperava o mesmo, mas que quanto á arbitragem, ficasse “descansado” que a comunicação social iria desenterrar os casos que fosse possível.
Não estou portanto, surpreendido com o caminho que as “coisas” tomaram após a vitória do Benfica sobre o SCP, justa, sem grandes penalidades e sem golos em fora de jogo. O Benfica, como JJ tem vindo a frisar (apesar de muitos adeptos do Benfica não perceberem), está a subir de forma e apresenta um colectivo mais forte do que há um mês atrás. Seguramente daqui a um mês estaremos ainda melhor.
O SCP bateu-se bem, trabalhou muito e acabou por ser “beneficiado” por um 2º golo que raramente marcam, na sequência de um canto. À primeira vista, diria que a defesa do Benfica, em particular Luisão, foi lenta a abordar o lance. Mas no dia seguinte vi que o Manchester ganhou 1-0 ao Arsenal (líder do campeonato) com um golo praticamente igual, e fiquei mais descansado.
Este 2º golo do SCP aconteceu pouco mais de 15 mn na segunda parte, ou seja, relativamente pouco tempo para que o esquema táctico do Benfica (4-2-3-1 com um único avançado) desse os seus frutos, o tal 4º golo da tranquilidade. Pelo contrário, ao cair para o lado do SCP, o golo complicou tudo para o nosso lado. Cenário normal nos jogos com resultado de 2 golos de diferença...
O 3º golo do SCP, que alguns irão mais uma vez atribuir ao mau posicionamento da defesa (que “azar” já não termos o Roberto) ou ao misticismo dos descontos, é um golo que na minha opinião, nasce mais de um erro de Ivan Cavaleiro que não soube pensar o jogo naquela fase crucial e fez falta escusada em zona complicada. Uma característica dos jovens que se vão afirmando na equipa principal, é não pensarem bem o jogo, não tomarem as melhores decisões. Falta de maturidade. E numa equipa constantemente pressionada como o Benfica, a margem de erro dos jovens jogadores é muitíssimo menor.
No final, e apesar deste erro de Ivan Cavaleiro, ganhamos com a ajuda de Patrício, o SCP – estranhamente - não teve andamento para o Benfica nos últimos 30 mn, e acabou por cair, como se costuma dizer, de “cabeça erguida”. Parabéns a todos os intervenientes que proporcionaram esse grande espectáculo a quem pôde assistir, em particular aos que foram ao estádio, com grandes golos, grandes jogadas e muita entrega física sem maldade.
Ora já sabemos que o futebol português, ao contrário do futebol de outros países, tem 3 fases bem distintas, com impactos geridos de formas muito variadas e com distintos objectivos. Temos o antes do jogo, os 90 e tal minutos do jogo, e o pós jogo. Normalmente o pós jogo é a fase que dura mais e onde se revela a baixa qualidade ética e moral dos outros protagonistas: dirigentes, comentadores e jornalistas.
A actual Direcção do SCP surpreendeu-me pela negativa. Não esperava a traulitada verbal de um Presidente que tem dado exemplos de inteligência na gestão financeira do seu clube/SAD e que tem sabido agregar a cultura leonina em torno de um objectivo futebolístico de médio – longo prazo.
Bruno de Carvalho não podia agarrar-se desesperadamente às ampliações e repetições da Sporttv, para julgar o trabalho do árbitro. Porque sabe que as ampliações e repetições são escolhidas por critério, e naquela estação raramente têm algum paralelo com a proporcionalidade dos erros dos árbitros em relação aos dois clubes. Como já se tinha visto no caso Capela.
Falar de “erros sempre para o mesmo lado” não é de pessoa séria, idónea, justa, mas sim de um adepto tendencioso a quem chegaram informações distorcidas (pela Sporttv) porque no campo não viu nada daquilo que depois criticou. Não viu porque não existiu. Não existiu fora de jogo de Cardozo no 3º golo, como não existiu fora de jogo de Capel no 1º golo (na dúvida favorece-se quem ataca), não existiu penalty de Luisão porque este abordou a bola antes do jogador do SCP, pode existir penalty de André Almeida porque já se viu que em Portugal os critérios nesta matéria são muito distintos de árbitro para árbitro, e de camisola para camisola, pode ter existido um fora de jogo mal assinalado a Sílvio aos 50 mn, que na sequência podia ter dado o 4-1, mas que não mereceu da Sporttv o destaque que mereceram outros lances de centímetros. No lance do 4º golo existiu penalty sobre Luisão, e a sermos tão rigorosos teríamos de falar num penalty e numa expulsão não assinalada (mais a imagem de Patrício poupada). Existiu falta, no lançamento de linha lateral que o precede? Já se viram tantos lances iguais, nuns marca-se, noutros não se marca, porque razão teria de existir premeditação contra o SCP?
Bruno de Carvalho sabe que os homens do apito não têm televisão em campo e têm de decidir com base no que vêem, com base no bom ou mau posicionamento no terreno de jogo, com base na boa ou má capacidade de interpretar lances mais fáceis ou mais difíceis. Se Bruno de Carvalho quer que na dúvida os árbitros apitem a favor do SCP, então é apenas mais um desqualificado que veste a roupa do Sr.º Doutor mas que tem as cuecas sujas, como tantos outros que por aí andam, seguindo aquela velha afirmação de Pimenta Machado.
Não quero reduzir este tópico do debate a um “falar ou não falar” das arbitragens. Os que falam demais como o SCP. Os que falam de menos como o Benfica. A solução estará sempre no meio. Porque os clubes têm de saber defender os seus interesses, num determinado contexto competitivo manobrado por diversos “actores”. E há actores que prejudicam o espectáculo subvertendo as leis do jogo. Não foi o caso de Duarte Gomes, o árbitro que ficou ligado ao famoso penalty que só ele viu sobre Jardel em 2001/2002, e ao título que o FCP comemorou no estádio da Luz, em que aos 5 mn parou uma jogada de contra ataque perigoso do Benfica, para marcar falta contra o FCP...

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