Portugal 28
de Março de 2014
Quiseram os
caprichos dos sorteios e desenrolar das provas que o Benfica tivesse de jogar,
no mínimo, 5 vezes contra o FCP o grande dominador dos bastidores do futebol
português e como tal, o grande conquistador de títulos nacionais desde há 25
anos para cá.
Mais do que
isto, julgo que apenas aconteceu na época de 1983/84 ou 84/85 quando por
critérios da Supertaça, jogamos 6 vezes contra eles. 2 para a Supertaça, mais 2
para o desempate da Supertaça e mais 2 para o campeonato. Por acaso no
desempate da Supertaça, que perdemos 3-0 depois da derrota por 1-0 na 1ª mão na
Luz, foi o último jogo que vi em casa do FCP. Prometi que nunca mais lá punha
os pés, “promessa” que tenho cumprido com bastante facilidade...
Estamos
portanto no desenrolar de um autêntico “combate” com 5 rounds, esperando no
final sermos vencedores por KO, mesmo que os árbitros e a comunicação social
puxem para o lado do adversário. O Benfica ganhou o round 1 por 2-0, o FCP
ganhou o round 2 por 1-0, e como é tradição
nos locais de debate benfiquista, a derrota não foi bem encaixada. O “fair
play” de certos adeptos é uma treta. Podiam fazer como eu e limitar-se a questionar a influência da arbitragem no
desenrolar do jogo, e seguramente não diriam tanta asneira.
Sob o mote
dado pela 1ª página do RECORD, o 2º
órgão oficial do SCP, o mesmo RECORD que tanto criticou Jesus nas 2 épocas
anteriores por não saber gerir o esforço físico do plantel que esteve envolvido
em várias provas até final da época, esse mesmo RECORD decidiu enfatizar que o
Benfica jogou contra o FCP sem 6 titulares.
Foi o
bastante para estimularem a divagação
pseudo construtiva destes adeptos incapazes de aceitar qualquer tipo de mau
resultado. As várias teorias que vi e li por aí para explicar a derrota do
Benfica, variaram entre a teoria da “tremideira” que a opção por Artur Moraes
na baliza provocou em todo o sector defensivo, à teoria do aumento da
mobilidade do ataque defendendo a saída de Cardozo e não Rodrigo, à teoria da
desconsideração de Jorge Jesus pela Taça de Portugal ao alinhar com menos 6
titulares.
Se a
estupidez fosse música, estes adeptos ganhavam um Grammy todos os anos.
A teoria da “tremideira” não passa de um arroto
intelectual. É que estamos a falar do guarda-redes que foi titular durante
mais de 2 épocas, e que, com todos os seus defeitos nos levou aos quartos de
final da Champions e à final da Liga Europa. Sugerir que os colegas já o
esqueceram, é uma idiotice. Até porque o
Benfica não marcou qualquer golo (3º jogo esta época), e a culpa não pode ser
assacada ao guarda-redes. Se me conseguirem provar que sim, prometo que me
passo a dedicar à pesca em vez de escrever sobre o Benfica.
A teoria do aumento da mobilidade não passa
disso: uma conjectura. Que bases existem para dizer que se Lima tem entrado,
marcávamos golos? 1) Lima jogou 90 mn no round 1, e não fez nem esteve perto de
fazer qualquer golo. 2) Lima entrou para a saída de Cardozo com o Tottenham.
Levamos 2 golos logo de seguida porque Lima não é um jogador táctico, não é ponta
de lança, não segura os defesas, é um avançado móvel que faz várias posições na
avançada mas não é marcado individualmente por ninguém. 3) O ataque do Benfica
esta época, com Lima e Rodrigo marca menos golos do que na época passada com
Cardozo e Lima, ou Rodrigo à vez.
A teoria dos titulares é um engodo jornalístico
para fazer o costume: branquear os outros factores negativos do jogo. Os que
ninguém falou: arbitragem e o sistema de
jogo tradicional do Benfica (4-4-2). Da equipa que venceu brilhantemente o
Tottenham em Inglaterra, só houve 3 mudanças: Artur no lugar de Oblak, Maxi no
lugar de Sílvio que foi ocupar o lugar de Siqueira, e Sálvio no lugar de
Markovic. 3 diferenças apenas. Mas como é óbvio, este critério não era bombástico como foi fazer a comparação com a
equipa que ganhou à Académica. 6 é mais de meia equipa, dá mais jeito do que 3.
Mas e quantas alterações fez o FCP em face do último jogo Belenenses? Fez 4. Dir-me-ão que 3 delas foram
forçadas porque eram jogadores que tinham cumprido castigo. Mas foram
alterações. E quem nos garante que se tivessem jogado com o Belém, também jogavam
contra o Benfica, dada a sobrecarga de jogos que também estão sujeitos?
Mas ainda se
pode dizer que esta questão não se coloca para o FCP da mesma maneira que se
coloca para o Benfica, porque o FCP ganhou e o Benfica não. Ora aqui podemos falar de muita outra coisa que
contribuiu para que o Benfica tivesse falhado esses objectivos.
Nomeadamente o famigerado 4-4-2
mesmo em losango, que confere uma propensão ofensiva que nunca vimos resultar
perante equipas do “nosso” campeonato. E os
erros de arbitragem escandalosos que por mero acaso não originaram duas
pernas partidas, em lances que, num caso, nem falta foi assinalada, no outro
foi mostrado um simples cartão amarelo.
A pergunta é:
e se esses lances envolvessem como agredidos, os jogadores do SCP, será que tudo se varria para baixo do
tapete, como fez a comunicação social? Se o lance em que Luisão é derrubado
por Alex Sandro na área do FCP, se fosse a favor do SCP será que não tinha honras de 1ª página em vez dos 6 titulares?
Lembro que a comunicação social considerou ter existido 1 penalty num jogo
Benfica – SCP, época 2011/12, num lance em que Jardel agarra e é agarrado por
Onyeuw, junto ao lado esquerdo da nossa baliza, mas em que o cruzamento é feito
para o lado direito da nossa baliza. Ora neste caso, Luisão é agarrado e
impedido com o movimento do defesa do FCP, que
o derrubou na zona onde a bola foi
cair. É bem diferente!
O que se
percebeu deste round 2 é que a
comunicação social sportinguista e lisboeta, mais uma vez branqueou uma
arbitragem perigosa e tendenciosa, onde os erros – para variar – foram todos na mesma direcção. E se
percebeu mais uma vez que a equipa de futebol está completamente sozinha. A
única coisa que ouvimos falar, sobre o que se supõe ser Presidente do Benfica,
foi que tinha vendido parte das acções da SAD. Sobre o sumaríssimo contra
Fernando, ainda nada se sabe se a Direcção vai fazer o pedido. Depois
admirem-se que o fantasma da brilhantina volte a “atacar”...
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