Portugal, 30 de Abril de 2012
Em 1994/95 o na altura denominado Organismo Autónomo,
aproveitando uma das muitas confusões que existem no edifício jurídico
português, organizou o 1º campeonato a partir do Porto onde, habilmente, o
presidente da Câmara tinha dado terrenos para construir a sede da Liga de
Clubes. Foi há 18 anos...
No ano seguinte, resolvida a questão do Organismo
Autónomo, passou a ser a Liga de Clubes a organizar a maior prova do calendário
futebolístico. Pela segunda vez na história portuguesa, o campeonato era
organizado fora de Lisboa e daí para cá assim tem sido sempre.
Na altura, 1995 ou 1996, um dos muitos fundamentalista que
o FCP tinha e tem a escrever em jornais, Pedro Batista (o que esteve para andar
à estalada com Dias Ferreira num programa de formato Trio da RTP), anunciava no
jornal O JOGO que com a Liga a organizar as provas entrava-se numa “nova ordem do futebol português”.
Percebi nas
entrelinhas que aquela afirmação não era leviana nem casual. Aquela
afirmação encerrava uma declaração política que só se começou a perceber quando o FCP embalou com 5 títulos
consecutivos tendo por base arbitragens que obedecem a um “padrão”
determinado pelos interesses do FCP (seja a seu favor, seja contra o Benfica ou
outro rival que circunstancialmente possa competir com eles).
O ciclo desta “nova ordem” iniciou-se com a
Supertaça que nos foi roubada em pleno estádio das Antas quando Donato
Ramos e o seu auxiliar invalidaram um golo limpo ao Amaral, por fora de jogo de
posição sem intervenção na jogada. Daí para cá, tem sido sempre o mesmo.
Nestes 18 anos da “nova ordem do futebol português”, o FCP
conquistou 13 campeonatos, e só por mera
indigência mental ou má formação pessoal, se pode pensar que os grandes
responsáveis são os treinadores: 1) Artur Jorge, 2) Neca e Filipovic, 3)
Mário Wilson, 4) Souness, 5) Shéu, 6) Juup Heynckes, 7) Mourinho, 8) Toni, 9)
Jesualdo, 10) Camacho, 11) Trappatoni, 12) Koeman, 13) Fernando Santos, 14)
Camacho, 15) Chalana, 16) Quique Flores e 17) Jorge Jesus.
Ou seja, por razões
de estratégia (ou falta dela) das 4 Direcções que estão abrangidas por este
ciclo, Manuel Damásio, João Vale e Azevedo, Manuel Vilarinho e Filipe
Vieira, o Benfica teve 17 treinadores,
sendo 13 contratados como principais e 4 adjuntos que os substituíram por
motivo de doença ou despedimento.
No mesmo período o FCP teve como treinadores 1) António
Oliveira, 2) Bobby Robson, 3) Fernando Santos, 4) Octávio Machado, 5) José
Mourinho, 6) Luigi Del Neri, 7) Victor Fernandez, 8) José Couceiro, 9) Co Adrianse,
10) Jesualdo Ferreira, 11) Villas-Boas e 12) Vítor Pereira (estes 12
treinadores são um número algo elevado para quem ganha tanto, mas estão
“inflacionados” pelos 3 contratados na época 2004/2005).
Se compararmos as carreiras dos treinadores depois de
“falharem” no Benfica, com as carreiras dos treinadores depois de “ganharem” no
FCP, teremos de reconhecer as boas carreiras de Juup Heynckes, Mourinho,
Trappatoni, Koeman e Fernando Santos. E as razoáveis carreiras de Camacho e
Quique Flores.
Quanto ao FCP, exceptuando
Bobby Robson e Mourinho, não houve um único que se destacasse pela positiva.
Bem pelo contrário. António Oliveira foi despedido 15 dias depois de ser
contratado pelo Bétis de Sevilha, Jesualdo Ferreira, o único tri-campeão pelo
FCP, despedido pelo Málaga e Villas-Boas despedido e considerado o pior
treinador da era Abramovitch. Nem Souness foi tão mal tratado depois de sair do
futebol português...
O Benfica não tem ganho por mudar de treinador. Pelo
contrário. Novo treinador, novos métodos
de treino, novos jogadores, novos esquemas de jogo e quando chegamos ao 1º
terço do campeonato com as mesmas arbitragens, o FCP já vai à frente e faz a
gestão da prova. A comunicação social sabe que é assim, por isso “pede” aos
adeptos que façam pressão contra o treinador do momento. Para ajudar o FCP...
Mas quem viu como o Benfica foi impedido ontem de ganhar
em Vila do Conde, novamente pelo mesmo árbitro que esta época ofereceu 1
penalty ao FCP para ganhar em Guimarães, só pode concluir que o campeonato terminou como começou: com o
FCP a ser ajudado por erros de arbitragem de Benquerença, pela via directa e pela via
indirecta. Mais 2 pontos em Guimarães, mais 2 em Vila do Conde, 4 pontos de
diferença oferecidos ao FCP...
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