quarta-feira, 4 de abril de 2012

Personalidade, rigor, entrega total

Portugal, 4 de Abril de 2012


O Benfica joga mais logo a 2ª mão dos quartos de final da Champions. Um jogo que seria sempre difícil mesmo que o árbitro tivesse marcado o penalty evidente e eventualmente o Benfica tivesse ganho por 1-0, o jogo da 1ª mão.


Infelizmente ao perdermos 0-1 as coisas ficaram um pouco pior, já que apenas por uma vez o Benfica ultrapassou uma eliminatória depois de perder o 1º jogo em casa por 0-1. Foi no mandato de João Vale e Azevedo, o treinador era Jupp Heynckes (também não percebia o futebol português, dizia-se por aí) e o adversário era o Rapid Bucarest que se apresentou na Luz com um registo de 13 vitórias consecutivas. A que creio ter somado mais duas vitórias antes de – finalmente – serem derrotados por nós, com uma exibição soberba de rigor táctico e inspiração.


O adversário hoje é outro, a prova também. Não estamos na Taça UEFA mas sim na Champions, o adversário é uma equipa economicamente poderosa e para além disso, por muito que nos custe, neste século esteve tantas vezes nos quartos de final da Champions, como o Benfica em toda a sua história...


Infelizmente muitos benfiquistas continuam cegos a olhar para o passado, e não conseguem ver o presente. Este presente que recomenda que trabalhemos com mais inteligência e humildade para recuperar o sucesso do passado.


Ora se a eliminatória já era difícil mesmo se o penalty tivesse sido assinalado, mais difícil se torna com a derrota no 1º jogo, e sem querer ser alarmista, torna-se praticamente impossível de ultrapassar com as lesões dos 4 defesas centrais. Infortúnio que caracteriza alguma da nossa história recente, mas com que temos de viver.


A recente confirmação do impedimento de Luisão veio agravar a já difícil situação que tínhamos com a adaptação de Javi Garcia ao lugar. Agora temos de adaptar dois jogadores, sendo que se fala da hipótese Emerson para fazer dupla com Javi Garcia. 


Não está em causa o valor dos dois jogadores, mas sim o facto de este infortúnio nos obrigar a mexer em 3 posições, das 10 de campo. 30%, o que somado ao facto de estarmos a jogar contra uma equipa muito forte, obviamente vai provocar mossa. Assim, temos 2 defesas centrais adaptados e 1 trinco que será seguramente alguém que não tem a experiência e qualidade que Javi Garcia tem na posição. Ora se considerarmos que o trinco é a muleta dos defesas e um dos primeiros intervenientes nas jogadas de ataque, percebe-se bem com tudo irá ser difícil mais logo.


Sou capaz de compreender o discurso de Jesus acerca das nossas possibilidades de êxito. Uma questão de orgulho ou vaidade benfiquista. Mas por vezes este discurso mais do que mobilizar pode desconcentrar os jogadores, nos momentos mais difíceis, que seguramente iremos ter (quando o adversário controlar a posse de bola). E com as “baixas” mencionadas, obviamente que pode até ser um pouco suicida.


Portanto penso que devemos preparar-nos para o pior, ou seja a eliminação, sem dramas e (espero) sem um resultado pesado. Aos jogadores e equipa técnica do Benfica apenas peço que tenham personalidade de equipa, rigor na interpretação do esquema de jogo e total entrega até à última gota de suor. Não peço mais nada. O resto virá por acréscimo.

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