segunda-feira, 25 de novembro de 2013

1.10

Portugal, 25 de Novembro de 2013

Numa jornada em que os 3 primeiros classificados marcaram 1 golo, Benfica e SCP aproximaram-se do 1º lugar, estando agora a 1 ponto e tudo porque o FCP sofreu 1 golo.
Uma jornada que decorreu sob o signo do 1, pelo menos para os três clubes “grandes”.
Mudando a agulha para a análise técnica (permitam-me a presunção), a exibição do Benfica foi marcada pela organização caótica do seu jogo! Tacticamente a presença de 1 ponta de lança indicaria que iríamos jogar num equilibrado 4-2-3-1, mas, por causa das características dos jogadores escolhidos ou por causa das orientações dadas a esses jogadores, o que é certo que quando tínhamos a posse da bola, a táctica mais parecia um desequilibrado 4-2-4.
Quando da 1ª bola que levamos no ferro, podem-se ver 4 defesas do Benfica a tentar contrariar o contra ataque do Braga mas nenhum centro campista! Nem Matic que há tempos atrás foi utilizado num estéril debate se deve jogar a 8, como JJ este ano em alguns jogos o colocou, ou a 6 como a critica, analistas e pseudo entendidos de bancada defendiam, de modo a resgatar a qualidade exibicional da época passada (não perceberam a importância de Sálvio nessa outra “máquina”).
Sempre que tínhamos a bola, via-se muitas vezes Lima descair para o lado esquerdo, Djuricic cair para o lado direito, o que a somar a Gaitan e Markovic faziam uma linha de 4 avançados, os quais, pela tese da aproximação de linhas posicionais, “puxavam” os médios e estes “puxavam” os defesas. Ou seja, devido às características dos jogadores ou das instruções que tinham, a equipa assumiu uma dinâmica de pressão alta, a tal que estamos fartos de criticar por não dar em nada. E deste modo, a maior parte da nossa posse de bola foi no meio campo defensivo do Braga, que por sua vez e de forma natural, se “encostou” atrás, à espera de um erro do Benfica. Foram as bolas nos postes que noutras situações poderiam ter dado golo e agora estávamos aqui a “desancar” no Raul José...
Deste jogo resultou a lição que os nomes não jogam, se a organização que produzem ou que lhes dizem para produzir, não for uma organização de jogo adequada, com equilíbrio posicional e distribuição equitativa ao longo do campo, entre balizas. Todos lá à frente, está provado que não dá. Todos atrás não vai com o nosso ADN. A solução é o equilíbrio ao longo do terreno de jogo.
Daí a importância de Cardozo na disciplina dessa organização, porque se trata de um jogador posicional de amplitude de movimentos relativamente reduzida, que capta a marcação de 1 ou 2 defesas adversários e dessa forma – por redução dos efectivos da defesa - contribui para que os nossos “médios ala” tenham o seu espaço de actuação perfeitamente definido. E como uma equipa é um conjunto, também os “centro campistas” têm o seu domínio mais bem definido, em posições mais recuadas no terreno de jogo, o que traz a vantagem de obrigar o adversário a subir um pouco as suas linhas, para pressionaram o erro do nossos centro campistas.
Dito isto, sobre a importância de Cardozo no futebol do Benfica (que muitos não percebem), está-se a ver a minha confiança num bom resultado em casa do Anderlecht se, como tudo indica, Cardozo não jogar...
Por último, atingiu-se a jornada 10, que faz um terço do campeonato. Analisando a posição classificativa, verificamos que conseguimos obter 76,7% de pontos, o que não dando para o primeiro lugar, ainda assim deu para muitas equipas serem campeãs nacionais antes de Fernando Gomes chegar à Liga e FPF. Estamos aquém dos 85,6% da fantástica época passada, mas como a nossa pré temporada apenas começou aos 60 mn do jogo em Alvalade, quando entrou Cardozo, as minhas expectativas é que a percentagem de pontos vai subir, embora seja muito difícil alcançar os 85,6%.
Quanto ao goal-average, e voltando à referência Cardozo, verificamos que até aos 60 mn do 3º jogo do campeonato (em Alvalade), tínhamos 4 golos encaixados. Depois dos 60 mn deste 3º jogo e até ao 10º jogo, apenas sofremos 3 golos, 1 dos quais, quase 3 metros em fora de jogo (Belenenses). O que é que um avançado tem que ver com os processo defensivos de uma equipa? Se calhar tem... é só puxarmos um pouco pela cabeça que iremos descobrir.
Nos golos marcados e tomando como referência esses tais 60 mn do 3º jogo, constatamos que até aí tínhamos 3 golos marcados e depois desse momento, nos restantes 7 jogos e mais 30 mn, marcamos mais 14 golos. O total vai em 17 golos, atrás do FCP com 20 (com mais 3 penaltys do que nós) e a 7 golos do SCP (também com mais 3 penaltys). No capítulo dos golos marcados, curiosamente a entrada de Cardozo no se tornou tão rentável como no capítulo dos golos sofridos.

Próximo balanço? Final da 1ª volta, quando todos tiverem jogado contra todos.

5 comentários:

  1. Acho que tivémos azar nos últimos jogos. Porque o Jesus, desde o jogo do belem, implementou um estilo à barcelona, i.e., apenas de passe curto. Se reparares, nesse jogo e no jogo contra o olimpiakos a equipa estava "proibida" de fazer os passes longos (para os extremos e afins). Esse sim, seria a forma ideal de jogar, e quanto digo que tivémos azar, foi porque o ruben se lesionou (e o plantel nao foi preparado para o substituir) e porque o incentivo a jogar assim desapareceu com o jogo do sporting, em que voltámos ao estilo habitual, mas ganhámos.

    O Cardozo, claro, as pessoas não percebem, é um jogador de grande técnica, bom para descer e fazer tabelas, mas como não corre, será sempre um mal amado.

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    1. As minhas desculpas por só agora comentar. Discordo da tua apreciação porque, se é verdade que concordo com a existência de um estilo "Barcelona", por outro lado discordo pois considero que esse estilo existe desde a época passada. Com o Belém não se passou nada, mas sim um golo 3 metros em fora de jogo, e 1 penalty igualzinho ao que o Real Madrid beneficiou contra a Juventus, sobre Ronaldo (contra o Belém foi sobre Cardozo). Não alinho na história que temos de ser perfeitos em 100% de jogos, para fugir aos erros dos árbitros... isso é impossível...

      Ruben Amorim até esteve lesionado e foi pouco participativo. Estarás a referir-te a Sálvio? É que de facto não temos uma boa alternativa a Sálvio.. tivemos uma, Bruno César, mas tiveram de o mandar embora para que ninguém reparasse que Vieira contratou Sálvio para o Atlético pagar ao FCP o que lhe devia do Falcao...

      O futebol do Benfica pode não ter a espectacularidade da época passada, mas é eficaz e ganha o suficiente para ser campeão, contra todas as campanhas Sporttv...

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    2. Eu quis dizer académica e não belem, erro meu...

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  2. Eagle, o que acabaste de escrever é o que eu digo desde a época passada... O Benfica nunca, ou muito raramente, jogou verdadeiramente num 4x2x3x1 porque o suposto 10 não existe, ou melhor, existe mas joga como segundo avançado, o Djuricic neste último jogo. Muitos falam que Djuricic pouco pega no jogo para o organizar, pois neste 4x4x2 ele não tem essas funções, ele é um segundo avançado que baixa, pouco, para apoiar Enzo na construção e apoia o Lima. Raramente vimos o Djuricic a vir buscar jogo e a organizá-lo de frente para a baliza como fazia Aimar na primeira época de JJ no 4x4x2 Losango. A dificuldade da afirmação de Djuricic passa um pouco pelas funções que JJ lhe deu quando jogamos no 4x4x2.

    Espero que JJ volte ao 4x3x3 que vinha a dar excelentes indicações...

    Neste último jogo não o fez mas deveria ter feito com:

    Artur
    Silvio
    Siqueira
    Luisão
    Garay
    Matic
    Enzo
    André Almeida
    Markovic
    Gaitan
    Lima

    Abraço!!

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  3. Olá Pedro, e desculpa o atraso no comentário... quando falo do 4-2-3-1 que voltamos a ver na Bélgica, falo de uma matriz teórica em que o 10 está nas costas do ponta de lança, há um 6 mais recuado tal como um 7, o 8 e o 9 nas alas ou médios interiores a desviar para as alas,e o 11 o único ponta de lança.

    Esta é a matriz teórica, depois em campo nem sempre o desenho táctico se mantém. E aliás isso acontece frequentemente quando joga Lima na posição 11. Ele tem tendencia para vir atrás e se reparaste, por vezes ele trocava com o Markovic na Bélgica. Um vinha atrás e subia o outro, e vice versa.. é a dinâmica do modelo, pautada por instruções do treinador ou pelas características dos jogadores... e assim por vezes não vemos o modelo bem desenhado, mas uma variação do mesmo por erro de interpretação dos jogadores... coisa que por exemplo já não acontece quando joga Cardozo, muito mais posicional e organizacional, do que os seus concorrentes...

    Não sou de avançar linhas, mas sempre te digo que Markovic não tem ainda futebol (nem cultura nem musculo) para jogar de inicio... escudo-me na estatística: marcou 3 golos como suplente utilizado, marcou 0 golos como titular.. não é por acaso (e ele só tem 19 aninhos..) :)

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