Portugal 24
de Julho de 2014
Apesar da derrota com o SCP na
final da Taça de Honra da AF Lisboa, a que somou ontem nova derrota com o
Marselha, não estou – para já –
preocupado com o sucesso da próxima época desportiva.
A derrota na AFL foi igual à da época
passada, uma época que acabou em glória para o Benfica e em frustração para o
SCP. Não é que goste de perder mas constata-se que o SCP se apresenta nessa
fase da pré-temporada com mais jogos e mais entrosamento, e como tal aproveita
as sucessivas “revoluções” de plantel que o Benfica vai fazendo.
Quanto ao Marselha, para além de
estarem mais avançados na preparação, há dias golearam o Bayer Leverkusen por
4-1, se considerarmos que jogamos 30 mn com 10 jogadores, e que se apostou em
alguns jogadores da Formação que estão a anos-luz do que a equipa principal
precisa, enfim, perder por 2-1 nem foi um mau resultado de todo. Note-se que
enquadro sempre a valorização das derrotas com a fase da época em que estamos. Uma
fase de experiências que no Benfica assume contornos regra geral de grande
experimentalismo, onde o treinador, por opção ou por obrigação, tem de fazer um
grande número de experiências com um grande número de jogadores que a Direcção
lhe coloca à frente.
O que me leva a escrever sobre a
Taça de Honra da AFL é a transmissão televisiva da Benfica TV, que originou
protestos ligeiros do SCP através da comunicação social, e apenas na
terça-feira. Desde logo percebe-se que a contestação foi ligeira uma vez que só
passados dois dias da final é que apareceram na comunicação social, sem
identificação da origem específica de onde saíram as reclamações. Se da
Direcção, se da Mesa da AG, se das Claques, etc.
Mas já antes tinham publicado em
“Abola” a marca de pitons nas pernas de um jogador sportinguista, o que não
deixa de ser fantástico pela revelação de que se agarram a qualquer pormenor
para se fazerem de vitimas. Não existem marcas de pitons nos jogadores do
Benfica? Haverá seguramente, mas nós não somos iguais a eles. O que é pena.
Porque no fundo o SCP conseguiu criar um
caso mediático para esconder o óbvio: houve 1 penalty claríssimo sobre Gaitan,
com 0-0, que a ser assinalado e convertido, alterava completamente o figurino
do jogo.
Mas no Benfica, por instruções superiores, os treinadores
não podem falar de penaltys, coisa que falam à vontade quando treinam FCP
ou SCP. O exemplo de Fernando Santos ou Jesualdo Ferreira evidenciam que existe
uma lógica de comando no Benfica que impede os treinadores de reclamarem. E
percebe-se porquê. A gestão do Benfica está
orientada para a criação de divida financeira e para darmos a ideia que somos
um clube diferente, de boas maneiras, bem comportados.
O pior é quando temos de mostrar a
entrega da Taça de Honra da AFL ao SCP e não conseguimos fazê-lo. E não se
percebe. Se a BTV comprou os direitos do jogo, sabiam que uma das
possibilidades seria a vitória do SCP. E outra das possibilidades seria a
derrota do Benfica com o SCP, cenário que já tinha ocorrido no ano passado. Com
justificar então o final abrupto da emissão? Com mais uma mentira. Disse o Director da BTV, Ricardo Palacin, que
“o tempo de satélite tinha esgotado e que
a programação da BTV tinha de seguir”. Falso. Se o Benfica tivesse ganho, a
transmissão tinha sido interrompida? Claro que não! A programação teria sido a
mesma? Claro que não.... e basta ver as épicas eliminatórias da Liga Europa,
para perceber que quando o Benfica ganha há sempre sinal de satélite e que se
lixe a programação.
Palacin mentiu, porque na realidade não quis difundir a cerimónia de entrega dos
prémios ao SCP. Esquece-se que quando compramos direitos de jogos passamos a
ser um operador televisivo como outro qualquer. Temos regras a cumprir. Não pode ser o vale tudo.
Mas neste Benfica, onde o
presidente mente sobre os anos que leva de sócio, mente sobre os méritos da sua
gestão, realiza uma estratégia escondida mas os outros de serem oportunistas, é natural que os funcionários do grupo
Benfica também mintam, seguindo o exemplo do líder. Até porque a mentira neste Benfica não é passível de punição.
O líder tem uma forma de se impor em que o que lhe interessa não são os valores
ou a ética, mas a capacidade dos seus súbditos anularem a capacidade de
pensarem e fixarem apenas o que ele diz.
Depois do triste episódio das luzes desligadas e
rega no relvado, quando o FCP por incompetência do Sr.º Vieira e restante
Direcção (será que existe?) comemorou o titulo na Nova Luz, ou do outro triste
episódio com a cerimónia da entrega das medalhas aos derrotados na Taça de
Portugal de 2013, mais este episódio da BTV, a conclusão que se tira é que este Benfica é uma enorme dor. 14 anos a fugir para a frente e ninguém vê
a luz da glória ao fim do túnel....
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