Portugal 7
de Julho de 2014
Enquanto não estabilizam as
informações e contra informações sobre compras e vendas de jogadores do
Benfica, enquanto não se pode
caracterizar com rigor as opções de gestão da Direcção, enquanto não se
pode projectar com honestidade intelectual a componente futebol do Benfica,
vamo-nos entretendo com o Campeonato Mundial. Escrevi sobre os oitavos, escrevo
e termino este assunto do Mundial com os quartos de final.
Ao contrário dos jogos dos oitavos
de final do Mundial, os jogos dos
quartos de final foram menos palpitantes, menos intensos, talvez mais
equilibrados. Apenas 1 jogo foi a prolongamento e foi decidido nas grandes
penalidades, o que contrasta com a fase anterior onde 5 dos 8 jogos,
decidiram-se depois dos 90 mn e respectivas compensações.
Para este cenário pode ter
contribuído o factor “risco”, como se viu no Costa Rica – Holanda em que a
equipa da América Central praticamente se limitou a não deixar jogar os
holandeses, pouco ou nada arriscando no ataque, com excepção de 1 lance no
prolongamento.
Também pode ter contribuído o
factor “cansaço” físico associado aos muitos jogos já realizados e às condições
de grande agressividade da temperatura e teor de humidade do ar, factores que
para Paulo Bento não são de grande importância.
Pode também ter contribuído o
factor “equilíbrio” associado ao grau de responsabilidade que as Selecções vão
adquirindo, à medida que vão ultrapassando etapas.
O que quero dizer é que há múltiplas componentes antes dos jogos,
mas a realidade é só uma e já aconteceu. Quero dizer que antes dos jogos é
difícil teorizar sobre futebol, porque há N variáveis em questão. Depois dos
jogos é fácil tirarmos conclusões, porque só temos que analisar os resultados.
Em Portugal confunde-se frequentemente a análise de resultados com a definição
de especialistas em futebol.
Nada de mais errado. Um
especialista em futebol é alguém que já provou perceber de futebol. Um analista de resultados pode saber falar
bem, mas isso não quer dizer que perceba de futebol. Ou que se por acaso
pudesse treinar uma equipa de futebol, fizesse melhor do que o que alcançou o
treinador que ele criticou.
Infelizmente são estes “analistas”
de resultados que os adeptos tomam como “especialistas” em futebol. Com péssimas consequências no que diz
respeito ao Benfica, clube mais sujeito à crítica barata deste tipo de
ignorantes de fato e gravata.
Dois exemplos. A páginas tantas no
Alemanha – Argélia, com o jogo bastante encaixado das duas equipas, sai-se o
Vítor Pereira (como comentador) com a famosa frase “falta ali o Kelvin”. E não
é que o Paulo Sérgio (como relatador) deu uma risada? Ora, qual o interesse em
ir buscar um jogo entre FCP – Benfica, na época em que o FCP teve dois
guarda-redes em vários jogos, para falar de um jogo do Mundial? O que é que
isso acrescentou às explicações sobre as variáveis do jogo? Porque não foi
sugerido que faltava ali um médio com a criatividade de André Gomes que marcou
um golaço ao FCP e levou o Benfica à final da Taça de Portugal?
Outro exemplo aconteceu no Costa
Rica – Holanda. Antes da substituição, o António Tadeia reconheceu que não
sabia porque razão o Van Gaal mudava de guarda-redes “coisa nunca antes vista
no futebol”. Ora na perspectiva da especialista em futebol, devia saber
conjugar uns quantos factores tais como, a altura do guarda-redes e a
habilidade para reagir ao remate adversário. Mas para além de dizer que não
estava a ver qual a vantagem, ainda arriscou um tirada ridícula: “se a Holanda passasse adiante, o
guarda-redes substituído não encararia bem a baliza por falta de confiança do
Seleccionador....”
Mas pronto, são estes “especialistas” que ajudam os adeptos do Benfica a fazer a
sua opinião sobre a nossa equipa de futebol, e a nossa equipa de gestão. Sempre
para o lado errado, como se percebe...
Sem querer ser pretensioso,
recordo o que escrevi antes dos jogos dos quartos de final, no texto “Oitavos”
que aqui publiquei: Dito isto num cenário conservador talvez apostasse em Brasil,
Argentina, Holanda e Alemanha para as meias-finais. Num cenário menos conservador talvez aposte
no Brasil, Bélgica, Holanda e França.
Acertei 100% no cenário
conservador, e 100% na passagem de Brasil e Holanda, apesar dos muitos adeptos
que James, Guarin e Jackson têm entre os tais analistas da comunicação
social...
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