sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O clássico do dia 13 (parte III)


Portugal 18 de Janeiro de 2013

Não tinha intenção de me voltar a referir à fase “durante o jogo”, depois do texto anterior, mas dado que o FCP enfatizou a arbitragem e até já pretenderam dar uma “directa” a Jorge Jesus com a treta do fair-play, vou escrever umas linhas sobre a componente “treinador que recusou um contrato milionário para treinar o FCP” e a arbitragem do “major do exército que expulsou 3 jogadores ao Benfica de Fernando Santos no Bessa” numa derrota por 3-0.
Quanto à forma como Jorge Jesus geriu o plantel antes e durante o jogo, para mim teve nota de excelência. Como já referi, não é fácil suster os contra ataques do FCP quando jogamos em 4-4-2 (losango ou clássico) e isso tem-se visto nos últimos 12 anos. Jorge Jesus posicionou os jogadores de tal forma que conseguiu ser eficaz nesta matéria e ao mesmo tempo a “proeza” de marcar 2 golos de bola corrida. Não é fácil, porque regra geral aparece uma apitadela do árbitro a ver uma falta qualquer, que por vezes nem a televisão do sistema consegue ver.
Outro aspecto, a inclusão de Jardel na equipa titular em detrimento de Luisão, recuperado de lesão, na minha maneira de ver, permitiu ao treinador não só ganhar um jogador, como ganhar uma equipa. São pequenas decisões como esta, que mostram a liderança ao grupo de trabalho e criam regras de reconhecimento e valorização de cada jogador.
Faço notar que a opção de Aimar por Lima ao mn 69 consubstanciou uma alteração ao 4-4-2 losango, tornando-o num 4-2-3-1. Ou seja, recuou uma unidade de meio campo, deixando um ponta de lança sozinho na frente. Alguns irão defender que foi só coincidência que a melhor situação de golo do Benfica, tenha surgido nessa fase... Mas não foi. Esse movimento, na altura contrariou algum domínio do FCP, obrigando a subir as linhas defensivas (tinham menos avançados para marcar) e dai ter permitido ao Benfica alguns lances de contra ataque.
Por último a arbitragem. O FCP fez crer, através das suas movimentações no palco mediático, que não ganhou o jogo por causa dos erros do árbitro. Erros que resumem a, 3 foras de jogo e 2 expulsões perdoadas a Matic e Maxi Pereira. Já o Benfica, através do presidente e do treinador, atabalhoadamente elogiaram a arbitragem (há burros e burros), que no futebol português é o pior que se pode fazer. Por cá está estatuído que, quem elogia um árbitro não o faz para sublinhar uma arbitragem correcta, mas sim uma arbitragem que o favoreceu. Adiante.
O FCP pode-se queixar com razão, de um fora de jogo muito mal tirado no 1º minuto, em que Defour ficaria isolado perante Artur e com possibilidade de golo. Se ainda não tinham percebido porque é que fiquei furioso com Carlos Xistra na 2ª mão da meia-final da Taça de Portugal, agora já sabem porquê. É que ao Cardozo, desses, foram 3 só na 2ª parte!
Quanto aos demais foras de jogo, penso que dificilmente originavam perigo uma vez que os nossos defesas tomaram rapidamente conta das jogadas. São erros dos árbitros assistentes, nem sempre inocentes...
E quanto à componente disciplinar aplicada pelo árbitro principal? Vamos por partes. Moutinho com 7 faltas, Maxi com 5 e Matic com 4 foram os jogadores mais faltosos. Todos 3 escaparam à expulsão, queixando-se o FCP, de faltas não sancionadas disciplinarmente – e deviam ter sido - aos 79 mn sobre Matic e aos 86 mn sobre Maxi.
Mas o jogo não começou aos 79 mn como o FCP propagandeia. Se começarmos desde o início, temos a primeira falta grosseira do encontro de Moutinho aos 5 mn e 33 segundos (tesoura sobre Enzo). Não sancionada – e devia! A treta que o árbitro não quis estragar o jogo logo de início, é mesmo isso: treta. O Jorge Sousa mostrou cartão amarelo ao Coentrão, no ano do título, em Braga, por uma falta menor junto à linha lateral de que nasce o 1º golo do Braga.
Depois Mangala dá uma “trouxada” de cotovelo nas costas/cabeça de Cardozo ao mn 45. Mais um cartão perdoado. Aos 47 mn é Fernando que pisa Gaitan, sem falta nem cartão, sendo de recordar que este árbitro expulsou André Gomes no jogo com Guimarães por jogada igual. Se o critério se mantivesse, o FCP ficava com 10 desde o mn 47 e lá se ia a história das faltas do Matic e do Maxi.
A “cereja no topo do bolo” foi o penalty sobre Garay ao mn 93 que, inteligentemente, o árbitro transformou em falta atacante. Mas não é esse o manual? Quando Aimar levou uma “trouxada” em Coimbra no ano passado, o árbitro Capela não marcou falta contra o Benfica? Quando o Coentrão foi atropelado pelo Sapunaru no jogo da Supertaça de há 2 épocas, este mesmo João Ferreira não assinalou falta contra o Benfica (estava 0-1)?
Posto isto, o FCP foi claramente beneficiado pelo árbitro principal com uns quantos truques de “manual” (e recorrentes neste “artista”). O Benfica mais uma vez saiu prejudicado pelo critério disciplinar, com implicação negativa na dinâmica do seu jogo e por tabela, com implicação indirecta no resultado.

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