Portugal, 17
de Junho de 2013
Na continuação do
tema, tentei explicar no texto anterior porque razão os erros do treinador não
podem ser tão esmiuçados e univocamente relacionados com a causa das três
derrotas nas provas que nos podiam ter dado a época perfeita.
Aceito que o futebol é paixão e ilusão, e que a
análise dos adeptos – formatados ou não pela comunicação social – muitas vezes
vê os maiores defeitos naqueles que mais idolatram e aplaudem: treinadores e
jogadores. Por isso compreendo que existam criticas contra o treinador por
alguns maus resultados embora sejam criticas injustas e incorrectas, como tento
demonstrar. Mais não fosse porque a existir um treinador que tivesse
solucionado bem o jogo com o Estoril, ou o jogo com o Guimarães, quem pode dar garantias que esse treinador teria
chegado ao mesmo jogo com o Estoril com possibilidade de ser campeão, ou que
conseguisse ter chegado à final da Taça?
Criticar porque faltou algo, esquecendo de
valorizar o que se conseguiu alcançar, não me parece um raciocínio inteligente pois conduz à mudança sem
garantias de sucesso. Ter garantias que
o novo treinador não vai errar como supostamente errou Jesus, não é garantia de
que o Benfica vai ganhar como tem ganho com Jesus. E para conquistar
títulos é preciso ganhar jogos.
Como já referi
noutros textos, nas análises sou pouco dado a paixões e mais dado a reflexões
com fundamento rigoroso. Por isso costumo estar do lado oposto à paixão, na
abordagem aos problemas do futebol do Benfica.
Porque há de facto,
dois outros problemas, estes de natureza claramente objectiva: os erros da arbitragem e os erros da gestão
da Direcção. Uns e outros, com implicações distintas, tiveram mais
responsabilidades na “época quase perfeita” do que propriamente algumas
decisões do treinador menos consensuais.
A arbitragem ao contrário dos treinadores,
tem regras objectivas para serem cumpridas, que são as denominadas leis de jogo. Estão no sítio da Liga
Portuguesa de Futebol Profissional e estão ao alcance de qualquer um. A
aplicação das leis de jogo depende da qualidade dos árbitros, da sua
disponibilidade física para acompanhar de perto as jogadas e assim terem
percepção correcta dos lances, bem como da sua disponibilidade intelectual para
saberem interpretar os lances com correcção após um único visionamento dos
mesmos.
Ser árbitro não é
fácil. Esperar arbitragens com erros
zero é uma utopia. O que se espera é que os árbitros errem de igual modo
para todas as equipas e isso manifesta e
objectivamente não acontece! Para quem está atento aos jogos do Benfica e
do principal rival, FCP, conclui que há
um manual de arbitragem, que o líder da Comissão de Arbitragem gere a seu bel-prazer,
de acordo com os resultados e os interesses em causa. Árbitro que erre de forma
grosseira contra o Benfica, continua a arbitrar com mais ou menos jogos de
suspensão, a maior parte das vezes para
o protegerem para outras “encomendas” futuras. Árbitro que tenha um
deslize, nem que seja mediático (caso Capela), a favor do Benfica, tem
garantido uns jogos de suspensão, em maior ou menor número, conforme o erro
seja mais mediático ou mais grosseiro. Na inversa, árbitro que erre de forma grosseira em benefício do FCP, é protegido e
continua a arbitrar jogos. “Árbitros que errem contra o FCP” é cenário que
não posso caracterizar, porque isso não aconteceu ao longo da época. E não foi
por acaso...
Quando se perde um
campeonato por 1 ponto, para mim é óbvio que temos de procurar na arbitragem as
razões do insucesso, e só depois, caso
se conclua que a arbitragem errou de forma aleatória, seja na natureza dos
erros seja na diversidade de oponentes beneficiados, só nessa hipótese devemos
partir para causas internas. O que não foi o caso. O FCP, uma vez mais,
beneficiou de vários lances de grandes penalidades perdoadas, por lances de
braço na bola: Gil Vicente, Moreirense, Braga, Setúbal, etc., quando em
situações de jogo adversas, com 0-0 ou 1-0 a seu favor, Tal como no ano de
Villas-Boas, onde aí o infractor era geralmente Rolando (Guimarães, Nacional da
Madeira, etc.). O FCP beneficiou uma vez mais de critério disciplinar largo em
particular nos jogos difíceis, como na 1ª volta na Luz, ao passo que o Benfica
teve regra geral critério disciplinar curto, como atesta a expulsão de André
Gomes no jogo com o Olhanense na Luz, pelo mesmo árbitro João Ferreira que não
teve igual critério cm Fernando no jogo do Benfica – FCP. O FCP teve 1 fora de
jogo mal assinalado (!) em 30 jogos, na Luz, 1º mn, enquanto o Benfica teve
mais de uma dezena. O FCP não sofreu golos em fora de jogo, enquanto o Benfica
sofreu. O FCP marca golos em fora de jogo. O Benfica não.
Quem pensa que este tipo de erros de
arbitragem, são aleatórios e uma simples consequência do “errar é humano”, ou é
uma pessoa distraída, ou é bem intencionada, ou é um otário por completo.
Sobram por fim, os
erros de gestão. Para não ser maçudo e não ser acusado de estar sempre contra o
Sr.º Vieira, deixo o tema para outra altura. Foram cometidos vários erros,
objectivamente falando, sendo o mais evidente e recorrente, a falta de estratégia para a arbitragem e
defesa dos superiores interesses do Benfica. A recorrência desta falta de
estratégia faz-me pensar que é uma opção deliberada. Voltarei ao tema.
Para já espero ter
conseguido passar uma outra mensagem sobre a responsabilidade do treinador no
inêxito desta época, quando podia ter sido uma época de ouro. Bastava ter ganho
as duas provas nacionais, o que teria
acontecido, e com larga vantagem, se a arbitragem fosse correcta e não
estivesse ao serviço do clube ali de baixo (para um transmontano, é assim).
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ResponderEliminargervasio, aliás Joseph Lemos, não me esqueço de ti. Todos os dias tenho de vir aqui logo de manhã, limpar a "fralda". É como os bebés, percebes? Durante a noite esvaziam a tripa e os pais têm de limpar... é mais ou menos o que se passa aqui. Até um dia destes...
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