Portugal, 3
de Junho de 2013
O 1º título de campeões europeus no Hóquei em
Patins fez história nas modalidades de pavilhão do Benfica e ao mesmo tempo ajudou a mitigar a
frustração da má época no futebol, no qual perdemos 2 títulos internos
“roubados” pelos erros direccionados dos árbitros, e a Liga Europa por um golo
infeliz.
Quanto ao título
de campeões europeus no Hóquei, finalmente
conseguimos o que já há muito merecíamos: o máximo título das competições
europeias. Merecíamos porque somos o clube que, ininterruptamente, pratica
a modalidade há mais tempo, merecíamos porque somos o clube português com maior
palmarés na modalidade e merecíamos porque já tínhamos perdido 4 finais
anteriores.
Dá-se a particularidade
que este baptismo de vitórias na Euro
Liga do Hóquei aconteceu precisamente onde a lógica menos apontaria no início
da prova: no pavilhão do FCP e precisamente contra a equipa da casa!
O requinte da
coincidência foi tal, que nem faltou o presidente do FCP, o mesmo que na
antevéspera brincava na Casa do FCP da Afurada que “no FCP ganham-se os jogos no 1º ao 92º minuto” e também “não estava a ver o FCP perder um jogo no
último minuto”.
Pois ontem teve de
assistir na privilegiada bancada presidencial do seu pavilhão à 1ª vitória do
Benfica na Champions do Hóquei, e não foi no último minuto. Foi no 4º minuto do
prolongamento! Como gostei de ver aquela cara de “bola sobada” quando a bola
entrou... E a “netinha” ao seu lado... que espectáculo ...
Mas como no Benfica
de Vieira temos um “rumo” e “sabemos para onde vamos”, logo de
seguida lembrei-me de uma noticia publicada no RECORD em 22 de Maio, na qual se
dava conta que: “Perdido o campeonato,
são poucas as certezas do Benfica para a próxima época. Pública que é a saída
do treinador Luís Sénica, a indefinição começa logo no banco, estando em cima
da mesa os nomes de dois técnicos portugueses – Pedro Nunes (Paço de Arcos) e
Vítor Silva (Candelária) – e um espanhol”. E também que “sendo certa a continuidade de Valter Neves,
Diogo Rafael e João Rodrigues, os restantes sete jogadores aguardam por
notícias, desesperando pela definição da sua situação, quando outros clubes já
começaram a tratar de renovações em Fevereiro”.
Ou seja: perdido o campeonato, há que fazer uma revolução.
Mais ou menos a mesma lógica do que queriam fazer no futebol, porque já se percebeu qual é o “rumo”. É
não haver rumo. Adiante.
Agora e por mero acaso do destino, mas com muito suor, inspiração e dedicação dos
galhardos atletas e treinadores do hóquei benfiquista, ganhamos o que NUNCA
havia sido ganho em toda a história do Benfica e a pergunta é: a revolução vai
para a frente?
Ou será que quem
devia sair eram precisamente os que decidiram revolucionar o Hóquei?
Vamos concluir
desta maneira. O Prof.º Sénica pôs o
Hóquei do Benfica no trilho do sucesso. Em 4 anos, disputou duas Final Four
da Taça CERS, uma perdida, a segunda ganha, discutiu a Final Eight da Euro Liga
perdendo nos quartos de final com o Valdagno, e ganhou a Euro Liga na 2ª
participação. 4 participações positivas nas
provas europeias.
Pelo contrário, no campeonato, apenas ganhou 1, para
além de 1 Supertaça e 1 Taça de Portugal, cito de memória. Ou seja, ganhou 2
troféus internacionais e apenas ganhou 1 campeonato. Onde quero chegar?
O Benfica venceu em provas arbitradas por árbitros
estrangeiros. Não é uma
coincidência, é uma constatação. E ganhou mais, apesar do nível de dificuldade
das provas ser superior à dificuldade do campeonato português.
O FCP conseguiu
pela 2ª vez, organizar a Final Four da Champions League do Hóquei. A 1ª vez, há
uns 9/10 anos terminou com agressões aos hoquistas do Barcelona, que venceram o
FCP na final. Como é que apesar disso
eles ganham a organização desta prova, só a Federação de Hóquei poderá explicar.
Mas o que é certo é que o Benfica concorreu à organização da Final Four da 1ª
Taça CERS e da actual Champions League. A 1º foi perdida para Torres Vedras, a
2ª, esta, foi para o FCP. Nada acontece por acaso...
No Hóquei como no Futebol, a Federação está
ao serviço do FCP. A
eventual dispensa dos serviços do Prof.º Sénica e da esmagadora maioria do
plantel, apenas servirá para o Benfica
(!?) branquear o controlo do FCP nesta modalidade. Porque esta revolução
anunciada, não irá tornar o Benfica mais forte.
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