terça-feira, 6 de maio de 2014

Homenagens perigosas...



Tal como mais de 52 mil outros apoiantes, lá estive no passado domingo na festa de homenagem à nossa equipa campeã do 33º título. Tal com mais de 52 mil, estive pela homenagem mais do que pelo jogo de futebol, mas seguramente tal como mais de 52 mil queria ter ganho o jogo. Para coroar um dia especial.
Não foi isso que aconteceu, como aliás também não aconteceu, e não será apenas por mera coincidência, a nenhum dos outros finalistas das competições europeias. Nenhuma das 4 equipas que vão discutir a Champions League ou a Liga Europa conseguiram ganhar os seus jogos, sendo que 3 delas jogaram em casa. E se o Benfica já era campeão e até se compreende alguma desconcentração ou até menor intensidade de jogo, o Real Madrid por exemplo, pode ter hipotecado definitivamente as hipóteses de ser campeão com o empate frente ao Valência. E o Real Madrid é treinado por Ancelotti, não é treinado por Jorge Jesus. Para além de ter o plantel que tem...
É bem possível que a explicação mais plausível seja a existência de uma certa descompressão, após se ter alcançado um patamar desportivo elevado e que todas as equipas sonham no início da época: estar na final de uma prova europeia. Não será também por mero acaso que na época passada, o Benfica também empatou esse jogo seguinte à brilhante exibição com o Fenerbahce: 1-1 com o Estoril. Um ano depois o episódio repete-se, mas agora com direito a festa de homenagem...
O futebol tem de facto coisas engraçadas...
Tendo ganho o título, com eficácia brilhante, é normal que se homenageiem os campeões. E o normal é que essa homenagem aconteça no primeiro jogo a seguir à conquista do título ou ao último jogo em casa. Isso é o que normalmente os sócios e adeptos esperam que aconteça. Mas não será perigoso quando isso acontece antes de uma série de jogos que queremos ganhar para juntar as respectivas conquistas ao nosso Museu?
Não tenho respostas porque não há respostas unânimes e assim sendo cada um que pense o que quiser. Mas não tenho dúvidas que este tipo de homenagem pode provocar uma ruptura no caminho que a equipa estava a traçar nos últimos meses, folgando na concentração e descomprimindo nos processos de jogo, o que pode ser fatal para as próximas 3 finais. Pessoalmente preferiria que essa homenagem não tivesse existido, pelos prejuízos que pode provocar, optando isso sim, por comemorar – no dia do jogo - toda e qualquer taça que venha a ser ganha. Mas é uma simples opinião.
Nem tudo correu bem no domingo. Perdemos a Taça de Portugal no Futsal masculino, e teremos de esperar para ver se o texto que escrevi no ano passado quando Paulo Fernandes foi despedido, tinha ou não razão de ser. Se as questões que então coloquei eram ou não justificadas. Dou o benefício da dúvida até ao final do play-off.
Parabéns às Senhoras do Futsal que ao invés conquistaram a 1ª Taça de Portugal de Futsal feminino. E claro parabéns também ao Vólei pelo bicampeonato. Uma proeza, pois temos poucas tradições nesta modalidade.
Entramos agora na recta final do Futebol, estamos a 3 vitórias de uma época notável e histórica, ou a 3 jogos de uma época que nunca será menos que excelente. Os nervos começam a imperar e confesso que me sinto mais intranquilo agora, do que até aqui onde tudo me parecia natural, como se o meu palpite de que íamos ser campeões não tivesse qualquer possibilidade de ser mal sucedido.
A intranquilidade vem também do facto de se tratar de finais, onde num só jogo se decide tudo e ambas as equipas partem do mesmo ponto zero. A vantagem psicológica do Benfica por ser melhor equipa ou por ter ganho o campeonato, é nula aqui! Os adversários, em particular o Rio Ave, sabem que cada jogo começa em 0-0 e se os amigos da arbitragem derem um empurrão, a coisa pode tornar-se difícil. Resolver em 90 mn é diferente de resolver em 30 jornadas ou em duas mãos...

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