Portugal, 24
de Maio de 2013
Apesar das
novidades desportivas se sucederem a um ritmo estonteante, e nas quais incluo mais uma desconcertante – mas estratégica -
entrevista de Pinto da Costa à RTP, prefiro dedicar mais alguma reflexão ao
campeonato do “penalty fora da área e de outras tropelias de arbitragem” que
nunca beneficiam o Benfica.
Um parêntesis para
referir que não pedimos que beneficiem o Benfica. Apenas queremos que não beneficiem
o clube crónico campeão. Que é o que se passa...
Voltando ao campeonato
do Benfica, desde logo defendo que apesar de perdido, o campeonato não deixa de ser excepcional. Porque
fizemos 85,6% de pontos ganhos. Pelos comentários do texto anterior percebo que
esta minha opção não é pacífica, pois há
muitos adeptos que preferem “títulos” independentemente dos pontos conquistados.
Entendo que esta forma de pensar é pactuante com o “sistema”, uma vez que se o
“sistema” não nos permite fazer os pontos que a nossa equipa pode fazer, e se
temos uma equipa que apesar disso fez muitos mais do que outras que até foram
campeãs, isso não nos deve impelir a fazer mudanças, mas sim a manter a equipa
e esperar que no ano seguinte possamos repetir a boa percentagem de pontos. Fazer mudanças porque não fomos campeões,
apenas pode significar que no próximo ano façamos ainda menos pontos. E com
isso diminuímos as possibilidades de conquistar o título.
Recordo que
Trappatoni foi campeão com 65% de pontos (menos 20% do que Jesus) e isso não
podia servir para definir a estratégia futebolística do ano seguinte. Apesar da
felicidade que o “título” representou, tudo
aconteceu porque o FCP não aproveitou as ajudas que lhes deram, incluindo o
golo invalidado ao Petit na Luz contra o FCP e os 3 penaltys tirados por
Proença ao Benfica em Penafiel, onde perdemos 1-0.
Voltando aos
números que irritam alguns que estacionaram no passado, dos meus registos de
1986/87 para diante, 27 épocas portanto, a
pontuação do Benfica desta época, 85.6% é a 2ª maior apenas inferior aos
91% da época 91/92 que deram o título de campeão. Tivemos 1 derrota como nessa
época, no que são os 2 melhores registos nestes 27 anos.
Essa equipa dos
91% de pontos era treinada por Eriksson.
No ano seguinte, (roubalheira a dobrar), apenas
fez 68%! E continua a não se perceber
porque razão é difícil ao Benfica ganhar um bicampeonato. É que Jesus
depois de ser campeão, fez 70% e a roubalheira nas primeiras 4 jornadas marcou
a época toda.
Nestas 27 épocas, vários
presidentes e vários treinadores, apenas ultrapassamos a barreira dos 70% de
pontos por 14 vezes, sendo 4 em 4 de
Jesus. Ou seja, em 23 épocas, apenas por 10 vezes o tínhamos conseguido.
Nestas 27 épocas o FCP apenas por 2 vezes não conseguiu chegar aos 70% de
pontos. Elucidativo...
Por curiosidade,
em 1987/88 quando fomos à final da Taça dos Campeões, apenas fizemos 67% de
pontos. Também – é pá que coincidência –
tínhamos sido campeões no ano anterior.
Isto permite-me
falar dos que dizem que “nunca o investimento foi tão elevado e que Jesus tinha
obrigação de ganhar mais”. Tretas. O investimento é relativo. Quando em 1997 o
Benfica foi buscar o Paulo Nunes para o Manuel José, era apenas o jogador mais caro de sempre no futebol
português! Quando o Benfica foi buscar em 2001, Simão ao Barcelona por 2,2
milhões de contos e metade do Mantorras ao Alverca por 1 milhão de contos, fora
todos os outros como Zahovic, Pesaresi, Júlio César, Drulovic, etc, isso
significou um brutal investimento que o consagrado Toni e depois Jesualdo,
transformaram em 63% de pontos. Só gente
distraída, burra ou mal intencionada, pode relacionar o investimento com os
resultados.
Se quisermos
continuar na senda das comparações, o Benfica apenas fez menos percentagem de
pontos do que Bayern, Barcelona e Shacktar. Fizemos mais pontos do que campeões
como o PSG, Juventus, ManUnit, Ajax, CSKA e até na Argentina com 14 jornadas, temos
mais do que os 69% do Newell’s Boys!
Em campeonatos limpos, onde há regras de
arbitragem iguais para todos, apesar dos erros que também acontecem, este Benfica ultrapassou alguns campeões,
que também têm superioridade orçamental sobre muitas equipas dos seus
campeonatos. Mas cujos treinadores, como
Ancelotti, Ferguson, Ronald de Boer, Conte, etc, também se enganam, também
perdem pontos! Mesmo assim foram campeões porque fizeram mais do que os outros!
Cá isso é impossível. Só com percentagens superiores a 90%
poderemos estar “a salvo” dos erros das arbitragens, e como vimos apenas conseguimos
isso por 1 vez em 27 épocas. Pelo que considerar tal hipótese na preparação
da época seguinte é um embuste aos
sócios e adeptos.
Resta pois a
estratégia para a arbitragem, algo que
condicionasse pela positiva, a porcaria que por lá existe há décadas. E
aqui voltamos ao Sr.º Luís Ferreira Vieira. Alguém ouviu a reacção deste que se
faz passar por Presidente do Benfica, a propósito de tantas e tantas arbitragens
polémicas durante o campeonato, e até na última jornada? Não. Parece que, para branquear a vitória do Sr.º Pinto da
Costa, está a encenar um jantar
com deputados da Assembleia da República. Não
é por acaso...
Para certos adeptos que têm o ânus ligado ao cérebro, lembro este episódio:
ResponderEliminarhttp://youtu.be/C9GrfhpL31w