Portugal, 17
de Maio de 2013
Terminei o texto
anterior referindo que as situações de remate à baliza do Benfica, são mais “limpas” para o adversário, do que
as situações de remate à baliza do adversário por parte do Benfica, por erro do
modelo e não por erro de posicionamento ou de desempenho dos jogadores!
Devo também
lembrar que apesar de ser o modelo esmagadoramente mais utilizado, o 4-4-2 deu
lugar com Jesus a uma variação do modelo 4-2-3-1 que é utilizado contra equipas
de dificuldade acrescida. Como o caso do Manchester United na época passada da
Champions. Ou o caso do FCP recentemente. Foi também utilizado nos dois jogos
com o Bayer Leverkusen.
Confesso que era o
modelo que eu esperava que Jesus utilizasse na final. Mas fosse porque se
ouviram algumas criticas ao desempenho do jogo com o FCP (e não podemos
esquecer como a “estrutura” é importante na vida dos treinadores do Benfica),
fosse por outra razão, o que é certo é que JJ utilizou o modelo ofensivo contra
a equipa mais difícil da prova até à final. Um erro de avaliação, mas um erro muito à Benfica.
De facto no
Benfica não existe meio-termo. Se joga
com 1 avançado, o treinador é rotulado de ter medo, se joga com 2 avançados, o
treinador é acusado de ser demasiado atacante. Tal como com os jogadores. Os mesmos críticos que na época passada
acusavam Emerson de ser pouco ofensivo, agora acusam Melgarejo e Maxi de serem
demasiado ofensivos. Fhónix...
Claro que ainda
temos uma terceira via, que é a via “José Augusto”. Para esta velha glória do
Benfica, no rescaldo pós jogo na Benfica TV, o problema das oportunidades
falhadas na 1ª parte esteve na utilização do Rodrigo em vez do Lima. Ora se
José Augusto pensasse tão bem como utilizava os pés quando jogava, ter-se-ia
lembrado que Lima jogou a titular contra o Estoril e não marcou qualquer golo. E
teria sido justo ao sublinhar que essas oportunidades foram falhadas pelo
Gaitán e pelo Sálvio, e não pelo Rodrigo.
Mas como já disse
uma vez, há pessoas que foram abençoadas
com bons pés, mas na inteligência infelizmente não...
O Benfica é refém da sua história de vitórias
e de pouca reflexão na análise às derrotas nas provas europeias. É um facto que os adversários têm sido
sempre do mais difícil que pode existir. Milan e Chelsea, com quem perdemos as
duas últimas finais, eram campeões europeus em título. O Anderlecht desses
tempos, era das melhores equipas europeias a seguir aos ditos “tubarões”. Nessa
campanha aviou o FCP com 3-0 na Bélgica e derrota 3-2 no Porto, depois de
estarem a vencer por 2-0 e terem a eliminatória controlada. O PSV tinha
eliminado o super Real Madrid e pensávamos que íamos ser goleados. No final
perdemos nos penaltys. Já agora, na época seguinte o PSV começou a defesa do
seu título cilindrando o FCP por 5-0 na Holanda... O Milan também era campeão
europeu com 4-0 sobre o Barcelona... Enfim...
E não venham com o
argumento que o FCP também jogou com adversários difíceis, porque difíceis
foram estes: Milan, Valência e Barcelona. Os 3 adversários das Supertaça
Europeia, todas perdidas pelo FCP!
Voltando ao
Benfica, acho que temos de pensar melhor
a forma de jogar contra equipas de grandes orçamentos, grandes jogadores, dos
que resolvem um jogo num lance, dos que têm treinadores muito experientes.
E acho que esta problemática teria de ser liderada pela Direcção, em programas
de opinião ou em simples comentários avulsos. A mensagem tem de passar para os
adeptos verem o futebol com outros olhos. E
aceitarem as exibições ditas, menos ofensivas.
O Chelsea dos
100/120 milhões jogou com David Luiz a trinco. E pôde. O Benfica dos 30/40
milhões meteu o Roderick no Porto (35/45 milhões) e Jesus foi acusado de não
arriscar (quando de facto arriscou com a entrada de Aimar, perdeu!).
Remato com um agradecimento muito grande aos jogadores
e equipa técnica pela excelente prova que nos deram, pelo orgulho que me
fizeram sentir como benfiquista. Também pelo contributo que esta excelente
prestação europeia deu para recolocar o Benfica como melhor equipa portuguesa
no ranquing da IFHHS.
Parabéns também às centenas de adeptos que imunes à “doença
do erro” estiveram no aeroporto a saudarem os nossos heróis. É nas derrotas
que se constroem as grandes equipas. A forma acolhedora como os adeptos
receberam os nossos bravos jogadores, seguramente terá recompensa um dia destes.
E no futuro. Obrigado!
Cutileiro, vou sair agora para Lisboa. Tenho pena que não passes das palavras aos actos. Não é frequente eu ir a Lisboa muitas vezes.
ResponderEliminarMas a nossa saga não terminou aqui. Eu vou descobrir quem és. De uma forma ou outra.