Portugal, 16
de Agosto de 2013
Sob pressão é uma das
mensagens mais utilizadas hoje nos títulos do RECORD online, e que demonstra uma estratégia de comunicar desse
jornal, bem assumida, enquanto os outros dois jornais optam por outras
formas menos assumidas mas que procuram o mesmo objectivo: colocar o Benfica sob pressão.
O anedótico da
questão é que até colocam o portista Villas-Boas a pronunciar essas palavras,
logo ele que é dos treinadores mais
pressionados em Inglaterra pelo falhanço de todos os objectivos da época
passada: acesso à Champions, Liga Europa, Taça de Inglaterra e Taça da
Liga. De facto há uma enorme diferença
entre perder títulos no mn 92 e nem sequer estar lá perto.
A pressão é um dos “condimentos” do
campeonato que se soma a muitos outros “condimentos” como seja a arbitragem. Há dentro do Benfica quem interprete isto com
sentido positivo, como sendo fruto da dimensão do clube, sem perceber que isso
faz parte, em sentido negativo, de uma estratégia – assumida ou não – de tentar
fragilizar o Benfica, os treinadores e os jogadores perante os seus exigentes
adeptos, tornando assim a pressão como
um estimulo aos adversários e árbitros, uns para se galvanizarem, outros para
se tentarem.
Nada acontece por
acaso. O SCP não está sob pressão?
Depois de um 7º lugar e a primeira (ou será segunda?) ausência das provas
europeias, o SCP não está sob pressão? Está, e não é pouco. Está sobre pressão
dos resultados desportivos porque destes dependem em boa parte, os resultados
financeiros. Está também sobre pressão o treinador Leonardo Jardim, que é o
oitavo treinador em 5 épocas (com esta) e se a exigência que levou ao
despedimento dos anteriores, se mantiver, Leonardo poderá ter pouco tempo para
mostrar o seu trabalho. Está ou não
sobre pressão? É óbvio que está.
O FCP está sobre pressão? Também está. A pressão de defender o título, embora seja
dos 3 o que tem menos, pois é o detentor do título de campeão da treta. Um
título ganho à custa de muitas jogadas de andebol na sua área, se muitos
penaltys intencionalmente não assinalados contra, mesmo existindo, de alguns
penaltys intencionalmente marcados a favor, mesmo não existindo, de muitos
foras de jogo não tirados ao seu ataque, mesmo existindo, da mesma maneira que
foram assinalados aos seus adversários, mesmo não existindo.
Outro factor de
pressão que o FCP tem é provar que consegue fazer melhor que o Benfica nas
provas europeias, para que a comunicação avençada venha (finalmente)
propagandear que o FCP é melhor cá dentro e lá fora, coisa que não pode dizer
no presente. Eles sabem que o FCP não é melhor que o Benfica (de Jesus) nas
últimas duas épocas europeias, duas épocas em que o Benfica deveria ter sido
campeão, não fossem os erros de manual, da arbitragem.
Também aqui as
opiniões dividem-se. Há os tais que já referi, que não percebem que não é a
grandeza do Benfica que explica esta busca da pressão, mas sim uma agenda de
comunicação determinada. Esses tais acham que não perdemos o campeonato pelos erros sucessivos de arbitragem com matriz
nunca existente contra o FCP, mas sim pelos “erros” do treinador. E depois
há os outros, como eu, que defendem que enquanto as leis de jogo forem
aplicadas de forma distinta contra o FCP e contra o Benfica, não há forma de
ganhar, pois o FCP não tem um plantel de 2ª divisão e ao não ser possível fazer
100% de pontos, o nosso treinador (seja qual seja) vai estar sempre sujeito a
criticas.
A pressão assume muitas formas e feitios. Por exemplo, nos últimos tempos vimos
noticias dando conta que o Benfica está interessado num novo guarda-redes. Para
competir com Artur Moraes. Pelo menos o JOGO online referiu que Luisão estava
na lista de vendas prioritárias (!?) para além de manter no seu sítio de
internet o suposto interesse num avançado italiano, que o Benfica já desmentiu.
A estratégia é
óbvia: colocar pressão em posições
fulcrais de uma equipa de futebol: baliza, defesa e ataque. Um futebolista
não gosta de saber que a sua Direcção ou o seu treinador, não estão a 100% com
ele. Um jogador não pode gostar de saber que alguém vem para competir com ele,
sabendo que a sua carreira, o seu contrato, passa a depender de terceiros. A
possibilidade de ficar, sair a custo zero ou ser vendido deixa de depender
dele. Isso faz mais mal do que bem,
embora os iluminados pensem que não. Se há uma minoria de jogadores que
encaixam bem essa competição, a esmagadora maioria não. Agora imagine-se quando
é a posição de guarda-redes a ser pressionada....
Perante este
estado de coisas, que aliás é repetitivo ano após ano, a Direcção do Benfica mais uma vez assobia para o lado. O treinador que
resolva. O “faz que é Presidente” continua desaparecido, deixando que assente
a “poeira” dos estranhos negócios Pizzi+Roberto+Cedências ou Farina+Cedência...
tal como fez sempre nos 12 anos que leva de gestão do futebol do Benfica. A divida bancária do Benfica lá vai subindo,
na inversa proporção das possibilidades do futebol do Benfica se sagrar campeão...
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